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sexta-feira, 29 de junho de 2007

O Bonsai

Nada melhor do que ir pro trabalho - voluntário, ou seja, não remunerado - e dar de cara com sua chefe dando bronca em outro funcionário.
"Opa...opa...opa... não fui eu..."
É um pensamento um tanto egoísta, eu sei, mas a gente sempre pensa uma coisa dessas, não dá pra esconder.
Sentei na minha cadeira de frente pro computador e voltei a atualizar os malditos dados daquelas malditas plantas que eu vejo todo "santo" dia. Trabalhar em herbário, vendo aqueles verdes seres-vivos-sem-vida as vezes é um porre, e numa dessas soltei uma:
" - Quero passar um mês sem ver planta..."
Ao ouvir isso, a dita cuja que, anteriormente estava dando bronca, veio até mim e disse que haveria uma palestra sobre um tal de bonsai, "quem sabe você gosta".
Eu fui.
Eram aquelas "miniaturas de plantas" que tem no filme do Karatê Kid, "parece legal ter uma delas".
Não sei se foi porque pensei alto demais ou por ironia do destino - se é que realmente ele existe -, teve um sorteio de um bonsai no final da palestra...


Pois é, ganhei sim.
E lá fui eu voltar com aquela planta num ônibus lotado...

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Sorvete de Flocos

Era uma quinta-feira ociosa quando - não sei muito bem explicar - tive um pressentimento de algo bom. Normalmente essas coisas acontecem quando é algo ruim, mas dessa vez - sabe-se lá o motivo - foi diferente. Diferente também foi ouvir meu primo no telefone dizendo que tinha batido o carro e precisava de ajuda pra resolver a briga de "quem realmente foi o culpado".
Ele é que se lasque, afinal, não fui em quem bati..
Quem dera eu tivesse pensado assim.
O acidente foi perto de casa, então resolvi ir lá pra ver o tamanho da encrenca.
Encrenca das grandes... e fedorenta também, o infeliz havia batido em um caminhão de lixo.
Como? Eu não sei, até por que, diante dos meu conhecimentos, esses caminhões nem da segunda marcha conseguem passar, mesmo que viesse um boeing na direção dele, daria tempo dele frear ou até mesmo desviar.
Conversa vai, conversa vem.
Tudo resolvido, meu primo vai pagar tudo, afinal: Preferencial é preferencial. E ir contra isso é o mesmo que ir contra um outro carro. No caso, um caminhão.
Ao chegar em casa, houve o velho sermão de família, nessas horas todo mundo é santo o bastante para apontar pro infeliz.
Lembrei-me daquele presentimento de que algo bom iria acontecer e comecei a duvidar se isso não era coisa da minha cabeça, afinal, cabeça vazia é oficina do diabo.
Deixei pra lá.
Nada como um sorvete de flocos pra fazer valer o dia.
Como diz o compositor brasileiro: "Por besteira qualquer, nem choro mais."